quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Trilhas



Coração ardeu.
gelou. Estancou de tanto se camuflar
E quanto mais se respira fundo, pesa o ar
em breu.

Julgou. Ferida,
cismada a sangrar, abriu
e veneno surtiu.
Tornou-a haurida.

Fez-se a razão.
E de tão clara a luz doeu,
corpo erguido tremeu,
olhos foram ao chão.

Tormento!
Vê as pegadas enviesadas.
Inspira certezas engavetadas.
Em tempo...





.




sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dasventanias


Não calou-se à primavera.
Ela era vento e já fora espera.

Era desabrochar de vontades
Num voo livre e solto,
Sem que precisasse impor verdades
E certezas, nem um pouco.

A menina não justificou-se:
Do grito, calou-se.

Só precisou as mágoas desenterrar
E soprá-las aos ventos em rodopio.
Ai, das dores, pode desapegar
E partir, do porto-aguardo, em seu navio.

Diriam que era insano seu intento,
Mas só os que não viveram seu lamento.

Pois era primavera, e se pudia renovar.
Não era flor, nem luxúria, nem singela,
Apenas plenitude em se  libertar:
Tornou-se apenas vento, o que era ela.


.Para Juliana.