domingo, 4 de julho de 2010




Se o coração aperta, angustia-se e sofre em cada momento de silêncio entre os espaços truculentos dos sons da rotina, eu me perco.
Se eu tenho tantos motivos, e nada me fortalece, eu padeço e quero desistir.
Mas não me cala a alma, o coração grita cada vez mais, enquanto nas esquinas das emoções eu procuro rir com o andar calmo da natureza do tempo, e suas brincadeiras com meus sonhos.
E novamente eu me perco.
Choro um choro afogado nos erros, nas incertezas e nas incapacidades de meus sentimentos.
Esfrio-me, me congelo, busco a distância, e me arrependo.
E outra hora não mais, e logo mais volta, e se vai. E não sei...
E de repente eu apenas deixei de acreditar.
E o grito do coração quer sobrepor-se ao grito da alma, que por sua vez, quer sobrepor-se ao grito do coração, e meu raciocínio falha.
Eu me ajoelho.
Caio nas lamentações inúteis do vazio, do não concreto, do não dito, mas arrebatadoramente sentido, atravessando o peito, plantando as dúvidas, as vontades tolas e as vozes em ecos do futuro, do passado, do medo do presente.
E deveria ser tão fácil, mas algo me fez (nos fez) tropeçar no meio do caminho.
E agora eu vejo outros caminhos, de passos solitários que visam horizontes diferentes.
Ao menos por enquanto, meu coração quer ficar quieto, quer acalmar-se para estancar o choro e parar de gritar.

Um comentário:

  1. Certas vezes é preciso concertar a asa. Para só então alçar vôos mais sublimes.

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