sexta-feira, 14 de setembro de 2007

À noite



À noite,
Alguém sem nome faz uma enorme falta.
Alguém perdido talvez também se embebede desta melancolia.
Talvez toda nossa poesia seja apenas uma.
Rostos fúnebres.
Máscaras:
Para esconder minha vergonhosa face e meus impulsos,
Para revelar meu interior.
Nada faz sentido quando é dia.
Eu me perco.
Eu me camuflo, me escondo, me mordo, me esqueço.
Suicidei-me...
Agora tento me ressucitar.
Quero as portas do cemitério.
Morta neste abismo, me desça um gole do seu rum.
Fantasma, cante.
A décima segunda badalada que não chega.
Um colo no calabouço.
Suspira este ar gelado.
Envolve no silêncio de seu mausoléu...
Voltar a ser poetisa.
Chora meu espírito com medo de morrer nesta mediocridade.



Poema de abertura da revista eletronica R.I.P., edição 05.

Nenhum comentário:

Postar um comentário